Novos Guidelines para Ultrassonografia Cervical e Procedimentos Diagnósticos
e Terapêuticos utilizados no Câncer de Tireoide
A
ultrassonografia cervical (USG) é nossa grande ferramenta para o follow-up dos pacientes com Câncer de Tireoide.
Em 60-75% das vezes, as recorrências são em linfonodos cervicais ou no leito
tireoidiano (20%). 94-96% das metástases
são detectadas pela USG, uma vez que menos de 20% são palpáveis, pois medem, em
geral (30-50%), menos que 1 cm. O Tireoide
OnLine aborda os principais aspectos da literatura e destes guidelines (Eur
Thyroid J 2013; 2:147-159) publicados em setembro/2013, discutindo as melhores
condutas sobre a utilização de USG cervical/PAAF no paciente com Câncer de Tireoide
já submetido ao tratamento inicial com cirurgia e radioiodoterapia.
1) Padronização da Técnica de USG/PAAF: Confiar somente um profissional expert,
que realize mais de 150 PAAFs guiadas por ano. Esta técnica é muito operador-dependente.
Utilizar agulhas de 24-27 gauge. As amostras coletadas sempre são enviadas para
citologia e dosagem de tireoglobulina/calcitonina.
2) Conduta nos pacientes usando agentes anti-plaquetários
e anti-coagulantes: Biópsia de linfonodos é considerada um
procedimento de baixo risco para complicações como sangramento. Este risco não
é maior em pacientes usando heparina, warfarina, clopidogrel e AAS. Mas de
preferência, para os pacientes usando warfarina, o RNI deve estar entre
2.5-3.0.
3) Dosagem de Tireoglobulina no Lavado da
PAAF: Solução salina (0.9% NaCl) pode ser utilizada para a
lavagem da agulha. O método imunométrico, com sensibilidade funcional entre
0.1-1.0 μg/L, é o mais utilizado no nosso meio. Cutoff de 1
ng/ml é considerado positivo.
4) Avaliação ultrassonográfica do leito
tireoidiano: Uma lesão hipoecoica é suspeita, mas pode representar
tireoidite, granulomas, linfonodo reativo ou adenoma de paratireoide.
Características suspeitas: a) Formato ovoide; b) Hipoecogenicidade; c)
Microcalcificações; d) Componente cístico; e) Margens irregulares; f)
Vascularização aumentada.
5) Avaliação de linfonodos cervicais (LNs):
50% das metástases ocorrem nos níveis III/IV, e a outra metade no nível VI. As
metástases, quando unilaterais, acontecem do mesmo lado do tumor tireoidiano e
em 15-20% são bilaterais. Presença de hilo normal exclui malignidade. A medida
do maior eixo é de baixo valor diagnóstico, sendo que somente a medida do menor
eixo ou a razão de Steinkamp (L/S, longer to short diameters) devem ser
valorizados. OS LNs são normalmente ovoides, mas formato arredondado (L/S < 2.0)
pode ser encontrado em 36% de LNs benignos. Para facilitar, os LNs visualizados
podem ser divididos em 3 categorias de risco:
a) Normal: hilo presente, formato ovoide/tamanho
normal, vascularização ausente ou hilar;
b) Indeterminado: Hilo ausente
associado a uma das características – formato arredondado, menor eixo aumentado
(≥ 8 mm no nínel II e ≥ 5 mm no nível III/IV), vascularização central
aumentada);
c) Suspeitos para malignidade:
Microcalcificações, conteúdo cístico, vascularização periférica ou difusa e aspecto
hiperecoico.
O Tireoide
OnLine continuará apresentando os aspectos mais importantes do manejo do
paciente com Carcinoma de Tireoide: Quais as indicações para a ultrassonografia
cervical? Quais as indicações para PAAF guiada por ultrassonografia com
citologia e dosagem de Tg/Calcitonina? Novas técnicas para a localização pré-operatória
de metástases cervicais?
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