sábado, 2 de novembro de 2013

Novos Guidelines para Ultrassonografia Cervical e Procedimentos Diagnósticos e Terapêuticos utilizados no Câncer de Tireoide

A ultrassonografia cervical (USG) é nossa grande ferramenta para o follow-up dos pacientes com Câncer de Tireoide. Em 60-75% das vezes, as recorrências são em linfonodos cervicais ou no leito tireoidiano (20%).  94-96% das metástases são detectadas pela USG, uma vez que menos de 20% são palpáveis, pois medem, em geral (30-50%), menos que 1 cm.  O Tireoide OnLine aborda os principais aspectos da literatura e destes guidelines (Eur Thyroid J 2013; 2:147-159) publicados em setembro/2013, discutindo as melhores condutas sobre a utilização de USG cervical/PAAF no paciente com Câncer de Tireoide já submetido ao tratamento inicial com cirurgia e radioiodoterapia.

                                                                 (Figura do website: http://www.intelligentdental.com/)


1)    Padronização da Técnica de USG/PAAF: Confiar somente um profissional expert, que realize mais de 150 PAAFs guiadas por ano. Esta técnica é muito operador-dependente. Utilizar agulhas de 24-27 gauge. As amostras coletadas sempre são enviadas para citologia e dosagem de tireoglobulina/calcitonina.

2)    Conduta nos pacientes usando agentes anti-plaquetários e anti-coagulantes: Biópsia de linfonodos é considerada um procedimento de baixo risco para complicações como sangramento. Este risco não é maior em pacientes usando heparina, warfarina, clopidogrel e AAS. Mas de preferência, para os pacientes usando warfarina, o RNI deve estar entre 2.5-3.0.

3)    Dosagem de Tireoglobulina no Lavado da PAAF: Solução salina (0.9% NaCl) pode ser utilizada para a lavagem da agulha. O método imunométrico, com sensibilidade funcional entre 0.1-1.0 μg/L, é o mais utilizado no nosso meio. Cutoff de 1 ng/ml é considerado positivo.

4)    Avaliação ultrassonográfica do leito tireoidiano: Uma lesão hipoecoica é suspeita, mas pode representar tireoidite, granulomas, linfonodo reativo ou adenoma de paratireoide. Características suspeitas: a) Formato ovoide; b) Hipoecogenicidade; c) Microcalcificações; d) Componente cístico; e) Margens irregulares; f) Vascularização aumentada.

5)    Avaliação de linfonodos cervicais (LNs): 50% das metástases ocorrem nos níveis III/IV, e a outra metade no nível VI. As metástases, quando unilaterais, acontecem do mesmo lado do tumor tireoidiano e em 15-20% são bilaterais. Presença de hilo normal exclui malignidade. A medida do maior eixo é de baixo valor diagnóstico, sendo que somente a medida do menor eixo ou a razão de Steinkamp (L/S, longer to short diameters) devem ser valorizados. OS LNs são normalmente ovoides, mas formato arredondado (L/S < 2.0) pode ser encontrado em 36% de LNs benignos. Para facilitar, os LNs visualizados podem ser divididos em 3 categorias de risco:

a) Normal: hilo presente, formato ovoide/tamanho normal, vascularização ausente ou hilar;

b) Indeterminado: Hilo ausente associado a uma das características – formato arredondado, menor eixo aumentado (≥ 8 mm no nínel II e ≥ 5 mm no nível III/IV), vascularização central aumentada);

c) Suspeitos para malignidade: Microcalcificações, conteúdo cístico, vascularização periférica ou difusa e aspecto hiperecoico.


O Tireoide OnLine continuará apresentando os aspectos mais importantes do manejo do paciente com Carcinoma de Tireoide: Quais as indicações para a ultrassonografia cervical? Quais as indicações para PAAF guiada por ultrassonografia com citologia e dosagem de Tg/Calcitonina? Novas técnicas para a localização pré-operatória de metástases cervicais?

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