quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Deadline (18/11/2013) das Inscrições com Desconto para o XVI EBT – Encontro Brasileiro de Tireoide

O XVI Encontro Brasileiro de Tireoide acontecerá no período de 01 a 03 de maio de 2014, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo. Como membro da Comissão Científica garanto que será uma oportunidade ímpar para atualização nos principais temas de Tireoide.


O Tireoide Online atualizará constantemente sobre os preparativos do evento e os assuntos abordados. Mas, por enquanto, garanta a sua inscrição com desconto especial, pois o deadline é 18/11. Mais informações no site do evento: http://www.ebt2014.com.br/

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Como investigar um paciente com hipertireoidismo clínico? Quais exames laboratoriais são indispensáveis?

No questionário eletrônico, 85% dos especialistas solicitariam a dosagem de TSH sérico, enquanto que 88% não dispensam pedir o T4 livre. Na verdade, medir TSH por métodos mais modernos (ultra-sensíveis: com capacidade de detecção de valores tão baixos quanto 0.02 mlU/L) é a forma mais sensível de confirmar uma tireotoxicose (sensibilidade 95%, especificidade 92%).  Sempre que possível, a dosagem de TSH deve ser acompanhada de dosagens do T4 livre. No entanto, quase 40% dos entrevistados dosam  T3 total de rotina para o diagnóstico de hipertireoidismo. As alterações nas proteínas transportadoras TBG (Thyroid Binding Globulin), Albumina e Transtirretina podem atrapalhar a dosagem de T4 e T3 totais.  Situações que comumente elevam os níveis séricos de T4 e T3 totais: gravidez, terapia estrogênica/uso de anticoncepcionais, hepatites agudas, hepatite crônica ativa, hepatocarcinoma e uso de tamoxifeno e clofibrato. Precisamos ter muita atenção, pois um falso-diagnóstico de tireotoxicose pode acontecer nestas condições.

Quando o hipertireoidismo já é clínico (e não subclínico) os níveis de T4 livre estão aumentados e o TSH está suprimido. Nos estágios iniciais da Doença de Graves ou no Bócio uninodular/multinodular tóxico, apenas os níveis de T3 podem apresentar uma elevação inicial isolada, condição clínica reconhecida como Tireotoxicose do T3. Outrora comum, a utilização de T3 em fórmulas de emagrecimento, leva à níveis altos de T3, baixos de T4 livre e tireoglobulina, associados ao TSH suprimido. Em situações ainda mais raras como TSHomas (tumores hipofisários produtores de TSH) e Síndrome de Resistência aos hormônios tireoidianos encontraremos TSH anormalmente não suprimido ( normal/elevado) coexistindo com níveis elevados de T4 livre e T3 séricos.

TRAB: Quantificar TRAB (anticorpo anti-receptor de TSH) é dispensável, na maioria dos casos, para o diagnóstico do hipertireoidismo. No entanto é útil para acompanhamento de gestantes (para acessar risco de tireotoxicose por passagem transplacentária do anticorpo) e no diagnóstico diferencial com tireotoxicose gestacional e tireoidites. No paciente com Orbitopatia de Graves ativa (sinais de inflamação ocular acentuados) o TRAB deve ser acompanhado e, se persistentemente elevado, pode representar um fator de risco de recidiva da doença. Cintilografia da Tireoide com captação: utilizando I123 ou I131, pode ser empregada para diferenciar Doença de Graves, Bócio multinodular e Tireoidites. Lembrando que é um exame contra-indicado durante a gestação e amamentação. Ultrassonografia de tireoide com Doppler não é utilizada de rotina, mas pode ser solicitada em casos de palpação de nódulos ou em gestantes que não podem submeter-se a cintilografia. Uma ultrassonografia com pode encontrar alterações de textura e de padrão de vascularização que auxiliam na distinção entre Doença de Graves e Tireoidite destrutiva.  

Diagnosticar e definir a etiologia da tireotoxicose é etapa essencial para o correto manejo destes pacientes. Não há razão para incertezas, uma vez que os recursos diagnósticos nos auxiliam nisto. Desta forma, teremos mais segurança para individualizar e optar pela melhor opção terapêutica. Prosseguiremos as discussões com questionamentos e respostas sobre o tratamento do paciente com hipertireoidismo.   

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Resultados preliminares do questionário eletrônico sobre o tratamento da Doença de Graves aplicado a médicos da Sociedade Brasileira de Endocrinologia

Num questionário eletrônico veiculado no site da Sociedade Brasileira de Endocrinologia (http://www.endocrino.org.br), desde maio/2013, médicos especialistas respondem sobre o diagnóstico, tratamento e follow-up do paciente com hipertireoidismo. Questões baseadas em casos clínicos objetivaram traçar as principais tendências no manejo do pacientes com Doença de Graves. Dados preliminares apontam algumas divergências nas respostas para questionamentos como: Quais os exames laboratoriais devem ser piorizados na investigação inicial?, Quando optar por droga anti-tireoidiana, radioiodo ou cirurgia no paciente com Doença de Graves?, O que fazer nos casos de recidiva da doença?,  Como tratar crianças, adolescentes e gestantes com hipertireoidismo?, Como usar beta-bloqueador? e Qual o manejo adequado do paciente com Orbitopatia de Graves?.

Apesar do tema ser constantemente abordado em reuniões científicas e congressos, o Departamento da Tireoide da SBEM sentiu a necessidade de reunir um painel de especialistas para escrever recomendações que pudessem ajudar os médicos nas principais decisões sobre diagnóstico e tratamento da doença (Arq Bras Endocrinol Metab. 2013;57/3).


Penso que é necessário discutir as respostas a estas e outras perguntas, usando como base o Consenso Brasileiro para tratamento e diagnóstico do hipertireoidismo. Uma ótima justificativa para iniciar as atividades do blog Tireoide OnLine.